Constipação: causas e tratamento

constipação intestinal, ou prisão de ventre, é uma condição comum que afeta muitas pessoas e pode ser causada por vários fatores. Como coloproctologista em Belo Horizonte o Dr. Matheus Duarte Massahud entende que esta condição pode causar desconforto, inconveniência e, em alguns casos, sérios problemas de saúde e grande impacto na qualidade de vida dos pacientes.

Neste breve artigo, discutiremos as causas, sintomas e tratamento, para que você possa entender melhor essa condição e ajudar a evitar que ela se torne um problema mais sério e tenha impacto na sua qualidade de vida.

Definição

Constipação intestinal é definida com evacuações com uma frequência inferior a três evacuações por semana, fezes de consistência endurecida, dificuldade para defecar com presença de esforço evacuatório ou uma combinação destes sintomas.

Fonte: Wikipedia

Causas da constipação

A constipação pode ser causada por uma variedade de fatores, incluindo:

– Dieta: uma dieta pobre em fibras e rica em alimentos processados pode causar constipação. A fibra é importante porque adiciona volume às fezes ao mesmo tempo que as torna macias, tornando-as mais fáceis de passar pelo intestino grosso e ânus.

– Desidratação: não beber água suficiente pode levar à desidratação, que pode causar constipação. Além disso, a água ingerida ajuda no efeito das fibras no trânsito intestinal.

– Medicamentos: certos medicamentos, como os opioides, podem desacelerar o sistema digestivo e causar constipação.

– Falta de atividade física: a falta de exercício ou atividade física pode causar prisão de ventre porque retarda o sistema digestivo. Além disso, o sedentarismo também aumenta o risco de ganho de peso, doenças metabólicas como diabetes e cardiovasculares como doença coronária.

– Doenças preexistentes: certas condições médicas, como hipotireoidismo, síndrome do intestino irritável e diabetes, podem causar constipação.

É importante frisar que aproximadamente 80% a 90% dos pacientes que apresentam constipação intestinal tem como causa uma dieta inadequada com baixa ingestão de fibras ou hidratação inadequada ou ambos. Os demais apresentarão alguma doença de base ou alteração anatômica que vai justificar um tempo maior para conseguir evacuar.

Sintomas da constipação intestinal

 

A constipação pode ser dividida em dois grandes grupos:

– Trânsito lento: são aqueles pacientes que demoram a ter um desejo evacuatório;

– Defecação obstruída: são aqueles pacientes que têm desejo evacuatório, porém não conseguem eliminar o bolo fecal ao sentar-se no vaso.

É importante diferenciar os dois tipos em casos que não respondem ao tratamento clínico, pois as opções de tratamento vão ser muito diferentes para cada um.

Os sintomas incluem:

– Evacuações infrequentes: evacuar menos de três vezes por semana.

– Dificuldade em evacuar: esforço, fezes duras ou sensação de que não consegue esvaziar totalmente o intestino.

– Dor e desconforto abdominal: sensação de inchaço (distensão abdominal), desconforto ou dor abdominal.

– Náusea: Sentir-se enjoado, vomitar ou perder o apetite.

Diagnóstico

O diagnóstico é baseado na história clínica.  O exame físico é indispensável e a solicitação de exames complementares irá depender de outros fatores como: idade do paciente (os maiores de 45 anos deverão realizar colonoscopia), presença de sinais de alarme como emagrecimento e sangramento anal, histórico familiar de câncer de intestino, resposta ao tratamento inicial da constipação intestinal.

Os exames complementares mais comumente solicitados são:

– Colonoscopia: para avaliar a presença de eventuais lesões no intestino grosso que estejam dificultando a passagem das fezes;

– Manometria computadorizada anorretal: para determinar o bom funcionamento dos músculos responsáveis tanto pela nossa continência quanto pela nossa mecânica evacuatória;

– Tempo de trânsito colônico: para estimar o tempo que o bolo fecal leva para percorrer todo o intestino grosso;

– Defecografia ou defecorressonância: são exames que irão avaliar a parte anatômica da dinâmica evacuatória, detectando eventuais alterações na anatomia da pelve que possam dificultar as evacuações.

Tratamento para constipação

As bases do tratamento da constipação intestinal são:

– Aumente a ingestão de fibras:consumir mais alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais e grãos integrais, pode ajudar a deixar as fezes mais macias e torná-las mais fáceis de passar pelo ânus.

– Aumente a ingestão de líquidos:beber muitos líquidos, especialmente água, pode ajudar a prevenir a desidratação e facilitar a passagem das fezes, além de melhorar o efeito benéfico das fibras no funcionamento do intestino.

– Exercite-se regularmente:a atividade física regular pode ajudar a estimular os movimentos intestinais e prevenir a constipação, além de trazer benefícios para o sistema endócrino e cardiovascular, entre outros.

– Laxantes:laxantes de venda livre podem ajudar a amolecer as fezes e torná-las mais fáceis de passar. No entanto, é importante usar esses medicamentos conforme orientações médicas e não depender deles por muito tempo, pois podem causar efeitos colaterais. Existem dois principais grupos de laxantes:

  • Laxantes irritativos: bisacodil, senne, cáscara-sagrada – apesar da venda livre, não devem ser utilizados porque a longo prazo param de fazer efeito e pioram a constipação, tornando seu tratamento ainda mais difícil;
  • Osmósticos: como macrogol, polietilenoglicol, por exemplo, são mais seguros para uso a longo prazo e produzem menos efeitos colaterais quando utilizados, permitindo um hábito intestinal mais regular e confortável.

É importante lembrar que antes de usar qualquer tipo de laxante, um médico deve ser consultado.

– Supositórios e enemas:em alguns casos mais graves, supositórios ou enemas podem ser necessários para ajudar a aliviar a constipação ou para remover fezes impactadas no reto (fecaloma).

– Outros medicamentos:agentes procinéticos e outros como a lubiprostona, podem ser usados para ajudar a regular os movimentos intestinais em alguns casos. Estes

– Mudanças no estilo de vida:fazer mudanças no estilo de vida, como reduzir o estresse, estabelecer uma rotina intestinal regular e evitar certos alimentos ou medicamentos, também pode ajudar a aliviar a constipação.medicamentos devem ser utilizados apenas com prescrição e recomendação médica.

Prevenção da Constipação

Aqui estão algumas dicas para ajudar a prevenir a constipação:

– Beba muita água e outros líquidos.

– Faça uma dieta rica em fibras, incluindo frutas, vegetais e grãos integrais.

– Exercite-se regularmente.

– Estabeleça uma rotina intestinal regular. O período da manhã geralmente é o momento em que o reflexo de evacuar é mais intenso, portanto, tente criar uma rotina de ir ao banheiro nesse horário.

– Evite alimentos processados e ricos em gordura.

– Evite medicamentos que possam causar constipação, a menos que seja absolutamente necessário.

Conclusão

constipação é uma condição comum que afeta muitas pessoas. Embora possa ser desconfortável e inconveniente, pode ser tratada com uma variedade de métodos, incluindo mudanças na dieta, exercícios, medicamentos e modificações no estilo de vida.

Se você estiver com constipação intestinal, é importante consultar um médico especialista para determinar a causa subjacente e desenvolver um plano de tratamento adequado.

Ao fazer algumas mudanças simples no estilo de vida e tomar medidas para alimentar-se melhor, a constipação pode ser resolvida e o intestino voltará a funcionar de forma regular, com grande melhora na qualidade de vida.

Agende sua consulta e tenha um intestino mais saudável.

Fontes:

– Cleveland Clinic

– The Rome Foundation

– Steele et al. ASCRS Textbook of Colon and Rectal Surgery. 3rd edition.

– Steele et al. ASCRS Textbook of Colon and Rectal Surgery. 4th edition.

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